Os ensaios de Lizzy, tanto os com Oliver, tanto os solo, progrediram no último mês que passou e Lizzy ficava cada vez mais nervosa com a aproximação dos testes para o evento.
Jane, depois de muita insistência de Lizzy e um empurrãozinho dado pela professora de pintura, finalmente concordara em participar e seu projeto para o cenário já estava praticamente pronto.
Agora faltava apenas uma semana para os testes e era segunda-feira. Lizzy já havia chegado na academia e esperava por Oliver na sala em que ensaiariam.
“Onde Oliver se meteu? Ele está atrasado!”
Lizzy pensava impaciente enquanto andava de um lado para o outro. Era incrível como ainda não havia um grande buraco no chão e Lizzy dentro dele.
Finalmente ouviu passos no assoalho e virou-se para ver a quem pertenciam. Era Oliver, que carregava no semblante uma expressão não muito boa.
- Oliver! O que aconteceu? Por que essa cara?
Lizzy entrou em pânico ao ver o semblante triste do amigo e quão triste era o seu olhar.
- Elizabeth, eu nem sei como vou te dizer isso. Eu sei quanto este teste é importante pra você. Mas eu não poderei participar do teste.
Lizzy apoiou-se na pilastra ao sentir suas pernas fraquejarem sob seu peso.
“Oliver não poderá dançar? Mas como eu farei o teste?”
Lizzy pensava ainda atordoada com a notícia.
- Mas o que aconteceu com você?
Lizzy perguntou ainda atordoada e a beira de um ataque de nervos, que ela controlava com muito custo.
- Lembra daquele problema com o rim do meu irmão? Agora a operação está inadiável. Ele terá que fazer cirurgia e eu.. vou doar um dos meus rins. A operação será amanhã, e eu não poderei dançar durante um mês.
Lizzy abraçou Oliver. Estava realmente triste, mas era por um bom motivo e além do mais ela poderia tentar uma vaga com a sua coreografia solo.
Lizzy acompanhou Oliver até a entrada e despediu-se. Voltou para dentro da sala e treinou sua coreografia solo como nunca antes havia treinado.
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Isabel chegou a academia e encontrou Lizzy ainda treinando na sala.
- Ei, cadê o Oliver?
Bel perguntou sorrindo para a amiga, que pareceu nem ter notado sua presença na mesma sala que ela. Então sentou no banco e esperou que a coreografia acabasse.
- Vai me dar atenção agora, ou vou ter que pegar senha?
Isabel perguntou ainda bem humorada. Lizzy tentou sorrir, mas apenas abraçou a amiga e murmurou:
- O Oliver não vai poder dançar.
E não deixou que Isabel falasse nada. Reiniciou a música e voltou a dançar.
- A aula já vai começar. Você não vem?
Bel perguntou enquanto saía da sala. Como não houve resposta, fechou a porta e foi para a aula.
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Durante todo o dia Lizzy parou apenas para almoçar e lanchar alguma coisa no final da tarde.
Jane e tantas outras pessoas tentaram fazer Lizzy parar e descansar um pouco, mas sem muito sucesso.
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A noite já havia caído sobre Londres, lançando seu manto negro que era quebrado pelas milhares de luzes que iluminavam a cidade e a luz da Lua, que brilhava cheia sobre todos e iluminava a sala em que Lizzy ainda ensaiava.
Era a milésima vez que ela repetia sua coreografia. Seu corpo já não aguentava mais e implorava por algum descanso. Lizzy escorou-se na parede e deixou-se escorregar até o chão e logo em seguida começando a chorar pela primeira vez naquele dia.
Lizzy não saberia dizer por quanto tempo ficou chorando sentada naquele chão até perceber que alguém se sentara ao seu lado e a abraçava.
Sem se importar quem era o dono de tão reconfortante abraço, Lizzy apoiou sua cabeça no peito do homem sentado ao seu lado e continuou chorando até achar que já não havia mais lágrimas em seus olhos.
- Desculpe-me, mas eu não...
Darcy não deixou que Lizzy continuasse a falar. Pôs a mão delicadamente em seus lábios e voltou a abraçá-la.
- Você treinou o dia inteiro. Precisa descansar. Vamos tirar essas sapatilhas do pé e assaltar a cozinha daqui da academia.
Lizzy concordou silenciosamente e levantou-se amparada por Darcy. Sentou-se no banco e tirou as sapatilhas dos pés. Seus pés doíam muito, e não era por pouco.
Haviam bolhas e feridas por quase todo o pé de Lizzy e só agora ela percebia o quanto elas doíam.
Estava se sentindo tão frágil, desprotegida... e o abraço daquele homem a fez sentir-se tão reconfortada, segura, como se tudo pudesse ficar bem pela simples presença dele no mesmo lugar que ela.
- Acho que precisamos de um banho Maria também.
Darcy falou sorrindo e apontando para os pés de Lizzy.
- Se eles ficarem assim, como você fará os teste?
- Boa pergunta.
Lizzy respondeu com um pequeno sorriso. Levantou-se e acompanhou Darcy até a cozinha, onde ele separou uma bacia e encheu com água quente. Lizzy mergulhou os pés na água e relaxou.
- Agora me diga, por que você está nesse estado de nervos?
Darcy perguntou e Lizzy sorriu fraca.
- Oliver, meu parceiro no teste em dupla, não vai poder dançar semana que vem. Agora só me resta dançar a minha coreografia solo e rezar para que me dêem uma vaga. Vou precisar de um pouco de sorte.
- Eu sinto muito... eu sei o quanto a dança é importante para você. Vi como você ensaiou durante todo esse mês, ensaiava quase que a noite inteira.
Darcy sorriu um pouco encabulado e Lizzy retribuiu o sorriso.
- Então eu não estava ficando louca. Havia realmente alguém me fitando todas as noites. E eu não acredito que você viu todos os ataques de loucura que tive durante os ensaios!
Lizzy falou rindo e Darcy acabou sendo contagiado pela risada dela e riu também. A risada de Darcy pareceu reanimar Lizzy, que se sentia pronta para outra.
- Sim, eu estive aqui durante todas as noites, assistindo todos os seus ataques e surtos de inspiração. Você fica linda inspirada.
Estavam perigosamente perto. Darcy enterrou sua mão nos cabelos soltos de Lizzy e a puxou para perto. Como Lizzy não ofereceu resistência, roçou os lábios nos dela, logo depois colou seus lábios nos dela e sentiu uma correnteza de sensações passarem do corpo dela para o seu. Precisava urgentemente sentir mais do gosto dela. Passou a língua entre os lábios de Lizzy que se abriram deliciosamente para que ele aprofundasse o beijo.
Era o toque mais prazeroso em toda a sua vida. Os lábios de Lizzy eram tão doces, suaves, totalmente ao contraria dos seus. ( N/A: duvido senhor Darcy! Desculpem, não resisti ao impulso.)
Beijaram-se por um tempo, até que o ronco da barriga de Lizzy soasse alto e claro pela cozinha. Lizzy riu e comentou:
- Acho que essa não foi a forma mais romântica de ser traga de volta para a terrível realidade.
Darcy riu e preparou um sanduíche para Lizzy, que ela comeu com duas mordidas.
- Venha, eu te levo para casa.
Lizzy tirou o pé da água em que seus pés estavam banhados e calçou seus chinelos. Darcy passou seu braço por seu ombro e caminharam até seu carro. Seguiram para o apartamento em silencio.
- Eu queria ter um meio de te ajudar...
Darcy falou enquanto Lizzy saía do carro.
- Você poderia tentar dançar comigo!
Lizzy falou divertida, e nem imaginava que Darcy fosse aceitar a proposta.
- Eu danço. Só você me ensinar!
Darcy falou sorrindo.
- É sério?
Lizzy perguntou entre incrédula e divertida.
- Sério. Amanhã a noite?
- Tudo bem. O ritmo é tango. Boa noite.
Lizzy sorriu, virou-se e entrou na portaria. Com certeza sonharia com um belo par de olhos azuis e sua boca....
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