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terça-feira, novembro 30, 2010

Ultimos capítulos

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beijos a todos

Capítulo XX


Capítulo XX

Lizzy voltou para casa com um turbilhão passado por sua cabeça. Seu teste estava apavorantemente próximo, e agora surgiu do meio do mais completo nada aquela situação com Charlotte e o vestido.

É claro que fotografaria com o vestido para o catálogo. Charlotte criara o vestido especialmente para ela sem pedir nada em troca, e isso era o mínimo que poderia fazer em retribuição.

Lizzy estava completamente apavorada com a idéia de comparecer em um estúdio de fotografia no dia seguinte e ser fotografada por Sebastian com mais quinhentas pessoas cuidando de sua aparência ao mesmo tempo. Já fora suficientemente estranho ter sido arrumada por Jane e Charlotte para uma festa, que dirá ser arrumada por estranhos para ser fotografada.

Lizzy nem teve cabeça para retornar para a academia naquele dia. Já perdera as aulas mesmo, e seu ensaio com Darcy seria apenas ao final da noite. Resolveu, então, ir até o antigo parque perto dali.

O parque em questão era pouquíssimo conhecido, o que dava a Lizzy uma sensação de paz e calma impressionante, além de ter um morro cujo visual era incrível. Adorava ir ali para pensar sobre a vida e criar suas coreografias.
Parou o carro em uma ruela próxima, e caminhou até a entrada deserta. Não caminhou muito e Lizzy começou a sentir que o ar se renovava em seus pulmões, mais limpo e fresco do que o ar poluído e pesado da cidade.

As árvores lançavam uma sombra agradável sobre a trilha e alguns pássaros cantavam felizes em suas arvores. Alguns outros voavam de cá para lá levando galinhos em seus bicos, montando um pequeno ninho para os futuros passarinhos.

Um ou outro esquilo passava correndo pela trilha, segurando uma grande e suculenta noz, ou simplesmente perseguindo algum bichinho qualquer. Algumas flores brotavam junto aos grandes troncos de arvores, atraindo várias borboletas que bailavam ao seu redor como se tentassem a encantar com suas cores exuberantes.

Lizzy sentiu-se livre de qualquer preocupação que poderia ocupar-lhe a mente. Saiu da trilha e caminhou pela grama até alcançar uma pequena clareira, onde o sol batia um pouco mais forte, já que as arvore não ficavam tão próximas uma das outras.

Sentou-se na grama que ainda estava um pouco úmida de orvalho e descalçou os sapatos. Fechou os olhos e ouviu a melodia da natureza. Sentiu mais intensamente a brisa soprando-lhe delicadamente os cabelos, como se tentasse tirá-los de sua face para que não a incomodassem.

Os raios de sol a aqueciam, fazendo com que sentisse cada parte de seu corpo relaxar, como se eles a acariciassem e massageassem seus músculos.


Uma borboleta, que rondava uma flor próxima a Lizzy, se aproximou lentamente e pousou em seu nariz. Lizzy riu gostosamente, mesmo assim a borboleta não foi embora, e continuou pousada sossegadamente, como se Lizzy fosse a flor mais bonita de todo o parque.

- Acho que ela está te confundindo com uma flor...

Uma voz grave e com um tom levemente divertido falou próxima à entrada da clareira. Lizzy abriu os olhos assustada, o que finalmente assustou a borboleta que voou indignada até uma outra flor ainda ali perto.

Darcy a fitava encostado em uma arvore. Sorria de uma maneira encantadora, e usava uma blusa branca de linho e uma calça bege, dando-lhe um ar leve. Lizzy sorriu ao reconhecê-lo, porem continuou sentada em seu lugar, apenas fitando-o e sorrindo.

- Não sabia que mais alguém conhecia esse lugar... pensei que fosse um refugio só meu.

Ele comentou se aproximando e sentando-se debaixo de uma arvore, recostando-se no tronco.

- Eu também pensei que ele era só meu...

Lizzy respondeu tapando o Sol com a mão para que pudesse enxergar Darcy melhor.

- Como encontrou esse lugar?

Ele perguntou enquanto acompanhava um passarinho persistente tentando carregar um galho maior do que podia. Lizzy começou a acompanhar o passaro também e respondeu sem desviar o olhar:

- Eu estava caminhando um dia desses, ouvindo música com meu I-pod e acabei saindo da trilha enquanto seguia um gatinho que ainda era filhote. E cheguei aqui. E você?

Ele se virou para ela, sorriu e voltou a acompanhar o passaro. Os dois não se olhavam como se fosse perigoso manterem contato visual por muito tempo.

- Minha mãe costumava vir meditar aqui... ela gostava da calma que esse lugar passava... e acabei pegando o hábito.

Ele respondeu fechando os olhos. Lizzy sentiu que invadia um pouco da privacidade de Darcy mesmo que inconscientemente e achou melhor ir embora. Já estava um pouco tarde e daqui a pouco teria que retornar a academia e devolver o carro para Jane.

- Eu tenho que ir... Jane deve estar esperando pelo carro... até mais tarde... então.

Lizzy falou enquanto se levantava. Bateu com a mão no short para que algumas gramas desgrudassem e sorriu. Darcy lançou-lhe um olhar misterioso e continuou sentado.

- Até mais tarde... – parecendo perceber que talvez cometera uma indelicadeza, completou – quer que eu a acompanhe até o carro?

- Não precisa... – Lizzy respondeu sorrindo . – não quero atrapalhar sua meditação.

Acenou e desapareceu por entre as arvores. Darcy voltou a se encostar na arvores e fechou os olhos com força.

- Seu idiota! – murmurou.

Sua vontade era de ir atrás dela e acompanhá-la mesmo que contra a vontade dela, mas não poderia ser tão mal educado assim e privá-la de um momento de privacidade, já que ele mesmo interrompera o que ela estava tendo.

***********************************
Lizzy retornou para a academia e devolveu as chaves para uma Jane que continuava tão sorridente quanto mais cedo. Ela nem ao menos fizera perguntas de irmãs como:

“ Por que você faltou a aula?”

“ Onde você estava?”

E por ai segue. Jane simplesmente pegou as chaves que Lizzy oferecia de forma mecânica e saiu andando com um sorriso bobo nos lábios.

Lizzy ficou parada no meio do corredor com uma expressão estranha, um misto de choque e divertimento, quando sentiu uma mãos pousar levemente em seu ombro, forçando-a a virar-se para o outro lado.

- Lizzy, onde você estava? Procurei por você na academia inteira!

Isabel reclamou ainda carregando frouxamente as sapatilhas de ponta na mão esquerda.

- Você não acreditaria se eu contasse. Vamos para o refeitório. Lá nós sentamos e eu te conto a história toda.

Caminharam rapidamente até o refeitório, Isabel estava quase correndo. Sentaram-se em uma mesa perto de uma grande janela e pediram um suco de laranja para beberem. ( N/a: Não, foi para comerem autora lesada) .

- Desembucha. O que aconteceu para deixar você com a cabeça no mundo da lua a ponto de esquecer das suas aulas?

Lizzy narrou tudo que lhe acontecera desde a ida até o ateliê de Charlotte até o encontro com Darcy no parque. Isabel ouvia tudo atentamente, e ao final da narrativa, um sorriso sapeca brincava em seus lábios.

- Que sorriso é esse?

Lizzy perguntou ao ver que a amiga continuava sorrindo de uma forma que não lhe agradava muito.

- E você não o agarrou? Estou esperando pelo final da história do parque.

- Eu não o agarrei! – Lizzy protestou revirando os olhos. – Queria que eu fizesse o que? O tivesse jogado de encontro a uma árvore e beijado?

- Aham... Exatamente isso. Você é uma menina de atitude Elizabeth! Devia tê-lo jogado na árvore a chamado de lagartixa! – Bel respondeu rindo.

- Ah Isabel! Antes que eu me esqueça, vai tomar...- Lizzy começou extremamente irritada com a amiga.

- Olha o palavreado, mocinha! – Isabel censurou em meio aos risos.

- Eu ia dizer vai tomar banho! – Lizzy defendeu-se. – Mas você com sua mente poluída e vocabulário de baixo calão pensaram logo em uma bobeira né?

- È a convivência com você, cara Lizzy! – Isabel respondeu se levantando de um salto e saiu correndo pelo refeitório, atraindo olhares nada discretos.

- Eu te pego, seu pau de arara ambulante! – Lizzy gritou levantando-se também e indo atrás de uma Isabel que simplesmente estava lascada.





domingo, novembro 21, 2010

Capítulo XVIII

Capítulo XVIII
Lizzy chegou em casa depois dos ensaios com Darcy e não encontrou Jane em casa. Charlotte já dormia esparramada em sua cama e Luciene dormia encolhida na sua.

Fechou a porta do quarto delas devagar e seguiu para a cozinha, para preparar alguma coisa para comer antes de dormir. Serviu um copo de leite e encostou-se na bancada de granito, esperando que o pão que havia posto na chapa ficasse pronto.

Pão comido e leite terminado, Lizzy ia saindo da cozinha quando lembrou do ateliê improvisado de Jane. Lançou um rápido olhar para a porta de entrada e verificou se alguma luz estava acessa, indicando a chegada de alguém. Estava tudo escuro.

Lizzy andou com passos leves até o ateliê e tentou abrir a porta. Estava trancada. Murmurou um “droga” e começou a procurar as chaves onde pudesse estar escondida. Procurou em vasos de plantas, embaixo de roupas e no armário de limpeza. Não encontrou em lugar nenhum. Bufou derrotada e foi para o quarto.

Despiu-se preguiçosamente e entrou no banho. Deixou a água quente escorrer-lhe pelas costas e suspirou cansada. Terminou de tomar banho rapidamente e vestiu o blusão que usava para dormir. Secou o cabelo com a toalha e deitou na cama. Adormeceu quase que instantaneamente, e sonhou mais uma vez com aqueles brilhantes olhos azuis e seu dono.

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Lizzy acordou na manhã seguinte com as energias recarregadas. Jane ainda dormia tranqüila em sua cama e com um sorriso singelo nos lábios. Lizzy riu baixinho ao ver a expressão suave da irmã e reparou em um casaco que não pertencia a Jane pendurado em uma cadeira da escrivaninha. Sorriu ao constatar que devia a pertencer ao tal Charles Bingley e saiu do quarto sem acordar a irmã.

Tomou um rápido café e seguiu de ônibus até a academia que estava praticamente vazia, com apenas alguns alunos de música preparando-se para os testes que seriam realizados para a apresentação de artes.

O estomago de Lizzy fez uma volta de 360º ao lembrar que o seu próprio teste seria daqui a quatro dias. Respirou fundo tentando se acalmar e dirigiu-se para a sala a fim de ensaiar sua coreografia solo, que não era ensaiada desde segunda à noite.

Deixou sua bolsa sobre o banco e ligou o som. Fez um pequeno aquecimento antes de começar a dançar e alongou-se bastante. Finalmente começou a passar a coreografia que já estava pronta e ficou contente ao notar que estava praticamente perfeita. Tinha uns pontos que tentaria melhorar, mas nada que acabasse com a coreografia em si.

- Ah, finalmente resolveu treinar a coreografia solo!

Isabel implicou com a amiga entrando na sala que Lizzy ensaiava e sentou-se no banco. Lizzy parou de dançar e sentou-se ao lado da amiga.

- Bom dia pra você também. – respondeu rindo. – Como vão os ensaios com Thomas?

Lizzy perguntou desligando a musica e tirando as sapatilhas de jazz que usava. Guardou-as na bolsa enquanto olhava a expressão feliz da amiga.

- Tem certeza que vocês estão ensaiando?

Perguntou rindo do tom rosado que a amiga ficou. Isabel a fuzilou com os olhos e resolveu entrar no joguinho de alfinetação da amiga.

- Um pouco dos dois ...mas e você? Tem conseguido ensaiar com um gostoso daqueles te apalpando?

Isabel devolveu na mesma moeda, recebendo em troca um olhar indignado. Riu da cara da amiga, o que fez Lizzy ficar mais lívida do que já estava.

- Para sua informação, Isabel Anne Morrits, eu estou trabalhando com ele, e não me divertindo.

Lizzy fez questão de frisar a palavra trabalhando, o que não mudou em nada a expressão sapeca que começava a se formar na amiga.

- Mais vai me dizer que não tem vontade de agarrar ele ali mesmo, e tasca um daqueles beijos maravilhoso? Oh, aqueles lábios não me enganam não... tem a maior cara de ser carnudinho e bom de beijar, além de que ele deve ter a maior pegada!

Continuou provocando Lizzy que pareceu um pouco desconcertada. Ela realmente tinha vontade de beijá-lo e provar daqueles lábios que prometiam ser maravilhosos, e corou ao perceber que já havia reparado neles, mesmo que
inconscientemente. Mas não perdeu a pose diante da amiga, mesmo que todas as “acusações” fossem verdadeiras.

- Ele é bonito sim, mas a minha relação é estritamente profissional, e nada mais. E, além disso, se eu me envolver com ele, mesmo que seja apenas um beijo, todas as línguas maldosas falariam que passei no teste, isso se eu passar, pelo simples fato de estar envolvida com o dono da academia. E eu não quero isso.

Com esse discurso tão convincente feito por Lizzy, Isabel parou de implicar com a amiga. Mas é claro que continuava convencida de que Lizzy estava sentindo algo mais por Darcy, e que só iria admitir depois dos testes.

As duas saíram da sala em direção aos vestiários para dar uma ajeitada no cabelo e colocar o uniforme para a primeira aula.

Lizzy terminou de se arrumar um pouco antes que Isabel, que travava uma pequena luta contra sua calça de Lycra que se recusava a passar pelas coxas.

Depois de mais alguns tombos e pulinhos para que a calça entrasse, finalmente puderam seguir para a aula de street dance. Maila já esperava as alunas enquanto mexia em alguns cd’s próxima ao som.

Caroline e mais duas meninas com poses tão arrogantes quanto à dela conversavam a um canto, lançando olhares desdenhosos para as outras alunas que calçavam as sapatilhas ou alongavam-se enquanto conversavam entre si.

Bel e Lizzy já estavam de sapatilhas, então começaram logo com uma pequena série de alongamentos básicos, para não sofrerem nenhuma dor muscular grave.

- Muito bem, todas aqui!

Maila chamou “pausando” a musica que ouvia e se aproximando do centro da sala. Todas as alunas rodearam a professora.

- Hoje faremos um exercício diferente. Vocês se dividirão em dois grupos, e quero que cada um crie uma coreografia com a musica que escolherem. Espero que usem do bom senso, e não façam uma coreografia vulgar.

A professora anunciou enquanto algumas alunas cochichavam entre si. Lizzy e Isabel trocaram alguns olhares divertidos e Caroline exibia mais que nunca um olhar de superioridade, como se fosse banal poder criar uma coreografia livre em uma aula de dança, e como se fosse a coisa mais fácil do mundo.

- Elizabeth e Caroline, escolham os grupos.

Maila pediu para uma surpresa Elizabeth e uma satisfeitíssima Caroline, que se adiantou à frente de todas as outras meninas, empinando mais ainda o nariz. Lizzy se aproximou e tiraram um rápido “par ou impar”. Como Caroline ganhou, escolheu primeiro, e assim sucessivamente.

Grupos decididos, as meninas do grupo de Lizzy se reuniram á um canto e tentaram decidir uma musica. Depois de uma votação, escolheram a musica e começaram a elaborar os passos que fariam.

Maila instruiu as meninas do grupo de Lizzy e entregou o cd com a musica para elas, guiando-as depois para uma sala separada onde poderiam treinar sem que sua coreografia fosse vista pelo outro grupo.

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Lizzy ligou a musica no som disponível da sala e começou a ouvir a musica. Algumas sugestões de passos foram dadas juntas com algumas reclamações e modificações, e finalmente terminaram a coreografia. Agora era treinar e esperar Maila aparecer para chamá-las.

Treinar não era a parte mais fácil. Ter que sincronizar os tempos e arrumar os movimentos não era uma tarefa muito agradável, e que exigia uma paciência bem grande.

Uma hora depois, a coreografia já estava quase pronta, e todas estavam com uma sincronia perfeita. Maila ficou parada um pouco a porta enquanto olhava a coreografia sem ser percebida pelas alunas que estavam absortas.

- Muito bem! Adorei a coreografia! Agora vamos voltar para a sala que o tempo já acabou.

E assim seguiram para a sala onde o grupo de Caroline já as esperava, e Caroline com um sorriso de vitória no rosto fez com que as outras meninas do grupo de Lizzy concentrassem ainda mais na coreografia ensaiada.

- Lizzy... se importar de apresentar-se primeiro?

Maila pediu sorrindo. As meninas concordaram tomaram suas marcações.

http://www.youtube.com/watch?v=NvnDwysWHr4&feature=related

N/a: Esse vídeo faz parte de um programa onde pessoas reproduzem a coreografias de vídeo clipes de músicas. Foi particularmente difícil achar uma que não tivessem muitas piruetas e saltos elaborados por que nessa aula na fic só tem meninas... por favor, relevem tudo o que tem antes da coreografia e as entrevistas. Espero que gostem

Caroline assistiu tudo com uma expressão estranha, como se uma coisa muito mal cheirosa estivesse eternamente debaixo de seu nariz.

As meninas que dançavam terminaram com um sorriso de satisfação e congratularam-se entre si.

- Muito bom, meninas! Achei um bom trabalho pra tão pouco espaço... aquelas movimentações que vocês fizeram de braços no inicio da coreografia ficou muito bom.

Elas agradeceram os elogios e sentaram-se no banco bebendo um gole de suas garrafas de água. Caroline arrumou as meninas de seu grupo nas posições inicias e pediu que Maila soltasse a música.

http://www.youtube.com/watch?v=WritjzfOg-o&feature=related

N/a: Essa coreo é do mesmo programa e também me deu um trabalho... continuou pedindo que relevem o apresentador e todo o resto.

- Meu Deus! Eu não esperava que a minha turma estivesse num nível tão bom!

Maila elogiou fazendo com que um sorriso irritante surgisse no rosto de Caroline. A professora fez mais alguns comentários e dispensou a turma.


***********************************
Lizzy e Isabel combinaram de comer em um restaurante perto da academia, e desciam as escadas de mármore até alcançarem a rua.

- Eu não acredito que aquela Magrela Desbotada fez uma coreografia descente!

Isabel reclamou prendendo o cabelo com um elástico que achara dentro da bolsa. Lizzy ria da cara descontente da amiga.

- Não foi ela Bel, e você sabe disso. Aquela coreografia tem a cara da Susan.- Respondeu tentando apaziguar a fúria da amiga.

- É, pode até ser, mas ela é que vai levar o crédito! – Isabel continuou não agüentando manter a pose zangada e rindo.

Atravessaram a rua e entraram no restaurante, sentando-se em uma mesa próxima a janela, por onde uma brisa refrescante entrava. Almoçaram enquanto conversavam amenidades.

- Lizzy... aquela não é a Charlotte? – Bel perguntou olhando pela janela.
- É.. ela deve estar em horário de almoço. – Lizzy respondeu não dando muita importância.

- Quem é aquele com ela? – Bel perguntou reparando em um moreno que a acompanhava de braços dados.

- Não sei! – Lizzy respondeu olhando bem o homem. – Mas eu sei que ela vai ter muito que me contar quando chegar em casa! – respondeu com um sorrisinho malicioso.

Terminaram de almoçar e seguiram para as ultimas aulas do dia.

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Ao final das aulas, como sempre na ultima semana, Lizzy seguiu para o vestiário e trocou de roupa. Prendeu o cabelo novamente em um coque e guardou as coisas em seu armário.

Os corredores estavam praticamente vazios, e Lizzy pode ouvir ao longe o som de uma doce melodia.

http://www.youtube.com/watch?v=Zyeok3XZs3k
( diretamente do filme! )

Aproximou-se sem fazer barulho, a música aumentado a cada passo que dava. A porta da sala estava entreaberta e Lizzy não resistiu ao impulso de espiar pela fresta.

Uma menina loira com longos cabelos e cachos tocava delicadamente em um grande piano de cauda, a mão deslizando calmamente pelas teclas.

“ Não deve ter mais que 15 anos...”

Lizzy pensou sorrindo e tentando ver a menina pelo espelho na parede. Uma sombra passou pelo espelho e inesperadamente a porta se abriu, revelando Darcy.

Lizzy pensou sorrindo e tentando ver a menina pelo espelho na parede. Uma sombra passou pelo espelho e inesperadamente a porta se abriu, revelando Darcy.

Lizzy corou furiosamente e podia-se ouvir o som de seu cérebro maquinando uma desculpa para estar espiando pela porta. Mas não havia uma desculpa realmente boa.

- Elizabeth! O que você estava fazendo?

Darcy perguntou segurando o riso. A menina que continuava sentada ao piano sorriu. Lizzy recuou levemente e sorriu sem graça.

- Nesse horário o andar costuma estar vazio... então vim ver se estavam precisando de alguma coisa.

Ela respondeu inventando um desculpa qualquer, mas que não deixava de ser verdade. Darcy sorriu, o que a tranqüilizou um pouco.

- Está e minha irmã Lizzy. Georgiana Darcy.

Darcy apresentou puxando Lizzy delicadamente para a sala e indicando a menina ao piano. Georgiana se levantou e cumprimentou Elizabeth muito educada, com os olhinhos brilhando como se ela soubesse de um segredo muito importante.

- Por favor, me chame de Georgie. Georgiana é muito grande.

Pediu sorrindo. Elizabeth sorriu também.

- Então me chame de Lizzy. Elizabeth também é um nome muito cumprido.

As duas começaram a ter uma conversa feminina e Darcy as observava com um sorriso nos lábios. Era muito bom que as duas se dessem bem. Georgiana normalmente era uma menina tímida e que demorava a se soltar com pessoas que não eram conhecidas, mas por mais incrível que pudesse parecer, ela simpatizara com Lizzy e conversavam como se fossem velhas amigas.

Mas Georgie realmente já sabe muito sobre Lizzy. Pelo que eu conto deveria saber...”

Darcy pensou sorrindo ainda mais. Lizzy se levantou.

- Darcy... temos que ensaiar.

Lembrou-lhe delicadamente. Darcy concordou e seguiram para a sala de dança, depois que Georgiana garantiu que ficaria treinando por mais um tempo lá mesmo.

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Darcy e Lizzy chegaram na sala e começaram a se alongar. Lizzy ligou a música e começaram a ensaiar...

terça-feira, novembro 16, 2010

Capítulo XVII

Capítulo XVII
Jane saiu do banho enrolada em uma enorme e felpuda toalha branca. Separou cuidadosamente algumas blusas que pretendia usar no “encontro” com Charles e começou a experimentá-las, analisando para ver qual delas lhe cairia melhor.

- Charlotte! – Jane gritou enquanto analisava duas blusas.

- O que foi Jane? – Charlotte perguntou aparecendo na porta do quarto.

- Eu não sei com que blusa ir. – Jane falou lamentando.

- Calma.

Charlotte falou se aproximando e sorrindo. Pediu para que Jane vestisse as duas blusas. Como a noite estava extremamente bela e fresca, as blusas eram sem manga e Jane levaria um casaco à tira colo, caso esfriasse.

Ela usaria uma calça jeans, e isso já estava certo. Uma das blusas que ela planejava usar era rosa clara, lisa, enfeitada apenas por algumas rendas na barra da blusa e na gola em V.

A outra era azul, e combinava perfeitamente com os olhos de Jane, e os realçava ainda mais. Era uma tomara que caia que lhe ajustava perfeitamente ao corpo, e uma faixa demarcava a fina cintura de Jane.

http://www.aluskabrasileiro.com/loja/images/bjotopRG.jpg
(essa é a blusa que a Jane vai usar... mas imaginem ela azul clara ok?)

Charlotte decidiu pela blusa azul e Jane aprovou a escolha. Vestiu a blusa e penteou os cabelos de modo que os singelos cachos da ponta do cabelo ficassem perfeitamente moldados. Usou duas presilhas para arrumar um pouco a franja e maquiou-se levemente. Separou o casaco que usaria caso sentisse frio e começou a tacar tudo que precisava dentro da bolsa.

Já eram sete horas, e Charles já devia estar esperando por ela. Despediu-se das amigas com um aceno e desceu até a portaria. Charles a esperava estacionado em frente à portaria, encostado no carro e sorrindo. Adiantou-se quando ela se aproximou em cumprimentou-a.

- Você é muito bonita. – elogiou enquanto abria a porta do carro para que ela entrasse. (N/a: reparou que ele disse é, e não está? )

- E você é um perfeito cavalheiro. – ela elogiou sorrindo e entrando no carro, corando um pouco.

- Aonde vamos primeiro, minha querida guia? – ele perguntou, fazendo Jane corar mais ainda.

- Eu pensei em conhecermos primeiro o Big Ben*. Ele fica lindo iluminado à noite. – Jane respondeu enquanto revisava o roteiro.

- Big Bem... aqui vamos lá! – Charles falou enquanto dava a partida no carro.

Durante todo o percurso até o Big Ben Jane e Charles conversaram animadamente, sobre artes, musicas e todo o tipo de assunto que surgi em meio a uma conversa animada.

Passaram por volta de uma hora no grande relógio e resolveram continuar o pequeno passeio.

Em todos os pontos em que pararam no meio do pequeno passeio que fizeram, Charles fez questão de abrir e fechar a porta para Jane, que sempre sorria e corava levemente com o cavalheirismo de Charles.

- Aquilo é um parque de diversões? – Charles perguntou ao ver surgir no outro lado da rua uma enorme roda gigante.

- Acho que sim. – Jane respondeu admirada.

- Vamos? Faz muito tempo que não vou a um parque de diversões! – Charles perguntou parecendo uma criança que acabara de receber um presente de natal antecipado.

Jane concordou com um pequeno aceno de cabeça. Estacionaram o carro e seguiram juntos até a bilheteria. Compraram alguns ingressos e começaram a olhar as atrações.

- Charles, vamos nesse! Fui uma vez com Lizzy e nos divertimos muito!

Jane pediu com os olhinhos brilhando. Charles concordou e entraram na fila. O brinquedo se chamava Crazy Dance. Era uma cadeira estofada, que rodava junto com algumas outras. O brinquedo rodava conforme a musica ia tocando.

http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/6/6e/New_crazy_dance.jpg/800px-New_crazy_dance.jpg
(Crazy Dance)

Na sua vez, Jane e Charles se acomodaram em uma das cadeiras e esperaram a musica começar. O Dj colocou uma música com batida latina e o brinquedo começou. Os dois cantavam a animados e sacudiam os braços conforme o brinquedo se mexia. Riam muito e catavam cada vez mais alto a musica que tocava.

Desceram rindo muito. Caminharam até o outro lado do parque, onde a roda gigante estava montada. No meio do caminho, um grande urso de pelúcia, branco como a neve e fofo chamou a atenção de Jane.

http://www.cafenobre.com.br/urso_17.jpg
( o Urso )

Charles acompanhou o olhar de Jane e viu o motivo do brilho em seus olhos. Puxou-a pela mão até a barraca onde o urso era o premio.

- Vou te dar o Urso Jane! – Charles falou sorrindo.

- Ah, não é necessário. – Jane respondeu lisonjeada.

- Claro que é! Você o quer, e eu vou te dar. – ele falou sorrindo. – e nem adianta discutir! – completou ao ver que Jane abria a boca para responder.

Charles se aproximou do homem que trabalhava na barraca e perguntou como ganharia o urso. O homem sorriu de lado e explicou com um tom arrogante que ele deveria acertar sete dos dez tiros em um pato de madeira que andava de um lado ao outro.

- Esse usrso está ai há dez anos... ninguém nunca conseguiu.

O homem completou olhando arrogante para Charles que simplesmente depositou o dinheiro em cima da mesa e pegou a espingarda de chumbinho que o homem lhe ofereceu.

- Vai ser moleza.

Charles murmurou de modo que só ele pode ouvir. Ajustou a arma e mirou cuidadosamente em um dos patos. Puxou o gatilho e atirou. Acertou o primeiro pato. Não deixou se abalar pelo rosnado que o homem deixou escapar. Mirou novamente em um outro pato e atirou. Acertou novamente.

Foi assim com todos os sete patos que Charles deveria derrubar, e com mais os outros três que derrubou só para ensinar o homem que lhe atendera a não subestimar os outros.

- Aqui está! – o homem falou quase que com um rosnado.
- Muito obrigado. – Charles pegou o urso e entregou a Jane, que sorria de orelha a orelha. – Pra você!

- Muito obrigada. Realmente não precisava. – ela falou abraçando o urso.

- Mas eu quis. – Charles respondeu voltando a segurá-la pela mão e seguindo até a roda gigante.

Entraram na pequena fila e esperaram que uma das cadeiras vagasse, o que não demorou muito a acontecer. Entregaram os bilhetes a menina que os estava acomodando e esperaram que a roda recomeçasse a rodar.

Com um leve solavanco, a roda começou a rodar. A vista era linda dali de cima. Podia-se ver uma boa parte das casas Londrinas, e milhares de pontinhos luminosos ao longe.

- Daqui de cima Londres parece tão pequena. – Jane comentou sentindo a brisa soprar-lhe os cabelos.

- Daqui de cima, tudo parece pequeno. – Charles comentou divertido. – os carros parecem formigas, e os prédios... os prédio parecem pequenas arvores de metal. – completou rindo.

- E o lago ali adiante seria uma grande poça de água? – Jane perguntou sorrindo.

- Talvez. – Charles ponderou olhando. – e nós seriamos o que? – ele perguntou encarando Jane, que ficava levemente corada por causa do vento.

- Eu não sei...

Ela respondeu. A roda parou de andar exatamente no momento que passavam no ponto mais alto que poderiam alcançar. Charles continuou olhando-a encantado com toda a beleza de Jane.

Uma pena veio voando sabe-se lá de onde, e Jane a seguiu com um olhar enquanto ria. A brisa que levava a pena parou de soprar e ela caiu devagar sobre o nariz de Jane, que balançou o rosto e começou a rir.
( N/a: deu pra entender o que eu queria dizer? A penas estava voando e caiu no nariz de Jane, se equilibrando ok?)

- Você com certeza seria um anjo.

Charles falou enquanto olhava a cena hipnotizado pela criatura angelical que estava ao seu lado. Jane tirou a pena do nariz e a segurou, virando-se para Charles. Sem saber como, sorriu e sentiu sua face ruborizar. Charles se aproximou mais, lentamente, enquanto fixava o olhar nos olhos de Jane.

Como se fosse empurrada por uma força invisível, Jane se aproximou mais ainda de Charles, vencendo a distancia que mantinham seus lábios separados.

Beijaram-se primeiramente de um modo delicado, experimentando a textura dos lábios um do outro. Vendo que nenhum dos dois ofereceria resistência, aprofundaram o beijo, explorando cada canto da boca um do outro.

Separaram-se com um outro solavanco da roda gigante, que recomeçou a girar. Jane abaixou o olhar sem saber o que dizer, e Charles a abraçou.

Resolveram sair da roda e voltar para casa. Já estava ficando tarde. Desceram e seguiram de mãos dadas até o carro.

Jane estremeceu um pouco por causa do frio e amaldiçoou-se por ter deixado o casaco no carro. Charles percebendo o leve arrepio que ela teve, despiu seu casaco e colocou-o sobre os ombros nus de Jane, que sorriu em agradecimento mudo e apertou-o contra si.

Entraram no carro e seguiram conversando sobre os lugares que conheceram. Charles parou em frente a portaria e abriu a porta para Jane.

Despediram-se com um beijo singelo e Jane subiu sonhadora para seu apartamento. Viu Charles partir pela janela de seu quarto e começou a despir-se para tomar um banho. Reparou que ainda estava com o casaco de Charles e sorriu. O cheiro dele era muito bom...

Capítulo XVII

Capítulo XVII
Jane saiu do banho enrolada em uma enorme e felpuda toalha branca. Separou cuidadosamente algumas blusas que pretendia usar no “encontro” com Charles e começou a experimentá-las, analisando para ver qual delas lhe cairia melhor.

- Charlotte! – Jane gritou enquanto analisava duas blusas.

- O que foi Jane? – Charlotte perguntou aparecendo na porta do quarto.

- Eu não sei com que blusa ir. – Jane falou lamentando.

- Calma.

Charlotte falou se aproximando e sorrindo. Pediu para que Jane vestisse as duas blusas. Como a noite estava extremamente bela e fresca, as blusas eram sem manga e Jane levaria um casaco à tira colo, caso esfriasse.

Ela usaria uma calça jeans, e isso já estava certo. Uma das blusas que ela planejava usar era rosa clara, lisa, enfeitada apenas por algumas rendas na barra da blusa e na gola em V.

A outra era azul, e combinava perfeitamente com os olhos de Jane, e os realçava ainda mais. Era uma tomara que caia que lhe ajustava perfeitamente ao corpo, e uma faixa demarcava a fina cintura de Jane.

http://www.aluskabrasileiro.com/loja/images/bjotopRG.jpg
(essa é a blusa que a Jane vai usar... mas imaginem ela azul clara ok?)

Charlotte decidiu pela blusa azul e Jane aprovou a escolha. Vestiu a blusa e penteou os cabelos de modo que os singelos cachos da ponta do cabelo ficassem perfeitamente moldados. Usou duas presilhas para arrumar um pouco a franja e maquiou-se levemente. Separou o casaco que usaria caso sentisse frio e começou a tacar tudo que precisava dentro da bolsa.

Já eram sete horas, e Charles já devia estar esperando por ela. Despediu-se das amigas com um aceno e desceu até a portaria. Charles a esperava estacionado em frente à portaria, encostado no carro e sorrindo. Adiantou-se quando ela se aproximou em cumprimentou-a.

- Você é muito bonita. – elogiou enquanto abria a porta do carro para que ela entrasse. (N/a: reparou que ele disse é, e não está? )

- E você é um perfeito cavalheiro. – ela elogiou sorrindo e entrando no carro, corando um pouco.

- Aonde vamos primeiro, minha querida guia? – ele perguntou, fazendo Jane corar mais ainda.

- Eu pensei em conhecermos primeiro o Big Ben*. Ele fica lindo iluminado à noite. – Jane respondeu enquanto revisava o roteiro.

- Big Bem... aqui vamos lá! – Charles falou enquanto dava a partida no carro.

Durante todo o percurso até o Big Ben Jane e Charles conversaram animadamente, sobre artes, musicas e todo o tipo de assunto que surgi em meio a uma conversa animada.

Passaram por volta de uma hora no grande relógio e resolveram continuar o pequeno passeio.

Em todos os pontos em que pararam no meio do pequeno passeio que fizeram, Charles fez questão de abrir e fechar a porta para Jane, que sempre sorria e corava levemente com o cavalheirismo de Charles.

- Aquilo é um parque de diversões? – Charles perguntou ao ver surgir no outro lado da rua uma enorme roda gigante.

- Acho que sim. – Jane respondeu admirada.

- Vamos? Faz muito tempo que não vou a um parque de diversões! – Charles perguntou parecendo uma criança que acabara de receber um presente de natal antecipado.

Jane concordou com um pequeno aceno de cabeça. Estacionaram o carro e seguiram juntos até a bilheteria. Compraram alguns ingressos e começaram a olhar as atrações.

- Charles, vamos nesse! Fui uma vez com Lizzy e nos divertimos muito!

Jane pediu com os olhinhos brilhando. Charles concordou e entraram na fila. O brinquedo se chamava Crazy Dance. Era uma cadeira estofada, que rodava junto com algumas outras. O brinquedo rodava conforme a musica ia tocando.

http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/6/6e/New_crazy_dance.jpg/800px-New_crazy_dance.jpg
(Crazy Dance)

Na sua vez, Jane e Charles se acomodaram em uma das cadeiras e esperaram a musica começar. O Dj colocou uma música com batida latina e o brinquedo começou. Os dois cantavam a animados e sacudiam os braços conforme o brinquedo se mexia. Riam muito e catavam cada vez mais alto a musica que tocava.

Desceram rindo muito. Caminharam até o outro lado do parque, onde a roda gigante estava montada. No meio do caminho, um grande urso de pelúcia, branco como a neve e fofo chamou a atenção de Jane.

http://www.cafenobre.com.br/urso_17.jpg
( o Urso )

Charles acompanhou o olhar de Jane e viu o motivo do brilho em seus olhos. Puxou-a pela mão até a barraca onde o urso era o premio.

- Vou te dar o Urso Jane! – Charles falou sorrindo.

- Ah, não é necessário. – Jane respondeu lisonjeada.

- Claro que é! Você o quer, e eu vou te dar. – ele falou sorrindo. – e nem adianta discutir! – completou ao ver que Jane abria a boca para responder.

Charles se aproximou do homem que trabalhava na barraca e perguntou como ganharia o urso. O homem sorriu de lado e explicou com um tom arrogante que ele deveria acertar sete dos dez tiros em um pato de madeira que andava de um lado ao outro.

- Esse usrso está ai há dez anos... ninguém nunca conseguiu.

O homem completou olhando arrogante para Charles que simplesmente depositou o dinheiro em cima da mesa e pegou a espingarda de chumbinho que o homem lhe ofereceu.

- Vai ser moleza.

Charles murmurou de modo que só ele pode ouvir. Ajustou a arma e mirou cuidadosamente em um dos patos. Puxou o gatilho e atirou. Acertou o primeiro pato. Não deixou se abalar pelo rosnado que o homem deixou escapar. Mirou novamente em um outro pato e atirou. Acertou novamente.

Foi assim com todos os sete patos que Charles deveria derrubar, e com mais os outros três que derrubou só para ensinar o homem que lhe atendera a não subestimar os outros.

- Aqui está! – o homem falou quase que com um rosnado.
- Muito obrigado. – Charles pegou o urso e entregou a Jane, que sorria de orelha a orelha. – Pra você!

- Muito obrigada. Realmente não precisava. – ela falou abraçando o urso.

- Mas eu quis. – Charles respondeu voltando a segurá-la pela mão e seguindo até a roda gigante.

Entraram na pequena fila e esperaram que uma das cadeiras vagasse, o que não demorou muito a acontecer. Entregaram os bilhetes a menina que os estava acomodando e esperaram que a roda recomeçasse a rodar.

Com um leve solavanco, a roda começou a rodar. A vista era linda dali de cima. Podia-se ver uma boa parte das casas Londrinas, e milhares de pontinhos luminosos ao longe.

- Daqui de cima Londres parece tão pequena. – Jane comentou sentindo a brisa soprar-lhe os cabelos.

- Daqui de cima, tudo parece pequeno. – Charles comentou divertido. – os carros parecem formigas, e os prédios... os prédio parecem pequenas arvores de metal. – completou rindo.

- E o lago ali adiante seria uma grande poça de água? – Jane perguntou sorrindo.

- Talvez. – Charles ponderou olhando. – e nós seriamos o que? – ele perguntou encarando Jane, que ficava levemente corada por causa do vento.

- Eu não sei...

Ela respondeu. A roda parou de andar exatamente no momento que passavam no ponto mais alto que poderiam alcançar. Charles continuou olhando-a encantado com toda a beleza de Jane.

Uma pena veio voando sabe-se lá de onde, e Jane a seguiu com um olhar enquanto ria. A brisa que levava a pena parou de soprar e ela caiu devagar sobre o nariz de Jane, que balançou o rosto e começou a rir.
( N/a: deu pra entender o que eu queria dizer? A penas estava voando e caiu no nariz de Jane, se equilibrando ok?)

- Você com certeza seria um anjo.

Charles falou enquanto olhava a cena hipnotizado pela criatura angelical que estava ao seu lado. Jane tirou a pena do nariz e a segurou, virando-se para Charles. Sem saber como, sorriu e sentiu sua face ruborizar. Charles se aproximou mais, lentamente, enquanto fixava o olhar nos olhos de Jane.

Como se fosse empurrada por uma força invisível, Jane se aproximou mais ainda de Charles, vencendo a distancia que mantinham seus lábios separados.

Beijaram-se primeiramente de um modo delicado, experimentando a textura dos lábios um do outro. Vendo que nenhum dos dois ofereceria resistência, aprofundaram o beijo, explorando cada canto da boca um do outro.

Separaram-se com um outro solavanco da roda gigante, que recomeçou a girar. Jane abaixou o olhar sem saber o que dizer, e Charles a abraçou.

Resolveram sair da roda e voltar para casa. Já estava ficando tarde. Desceram e seguiram de mãos dadas até o carro.

Jane estremeceu um pouco por causa do frio e amaldiçoou-se por ter deixado o casaco no carro. Charles percebendo o leve arrepio que ela teve, despiu seu casaco e colocou-o sobre os ombros nus de Jane, que sorriu em agradecimento mudo e apertou-o contra si.

Entraram no carro e seguiram conversando sobre os lugares que conheceram. Charles parou em frente a portaria e abriu a porta para Jane.

Despediram-se com um beijo singelo e Jane subiu sonhadora para seu apartamento. Viu Charles partir pela janela de seu quarto e começou a despir-se para tomar um banho. Reparou que ainda estava com o casaco de Charles e sorriu. O cheiro dele era muito bom...

segunda-feira, novembro 15, 2010

Capítulo XVI

Capítulo XVI
Depois das primeiras aulas da parte da manhã, Lizzy vestiu um short por cima do collant e foi até um barzinho comer alguma coisa. Não encontrara Isabel, e imaginou que ela deveria estar aproveitando o tempo livre par namorar um pouco, por isso se assustou ao sentir uma mão suave pousar em seus ombros e o rosto de Isabel a estar fitando com um sorriso.

- Que cara sonhadora é essa senhorita Bennet?

Bel perguntou enquanto puxava uma cadeira e se sentava com Lizzy.

- Eu estava imaginando por onde você andaria sua namoradeira! E imaginei que era com Thomas... e por esse sorriso “eu tenho trinta e dois dentes bem branquinhos igual a propaganda de pasta de dentes” vejo que eu estava certa.

Isabel riu e pediu ao garçom um copo d’água. Ficaram no bar conversando por mais alguns minutos e comeram alguma coisa.

Lizzy voltou do intervalo entre as aulas acompanhada por Isabel. Fizeram as outras aulas em meio a momentos de descontração e completa atenção. Isabel teria que sair mais cedo do que o normal para ensaiar com Thomas, já que os testes estavam a caminho e os nervos aflorando na pele. Nunca imaginaram que os testes fossem criar tantas expectativas entre os alunos.

Ao final do dia, quando o vestiário já se encontrava deserto, Lizzy trocou maus uma vez a roupa, vestindo o vestido preto que usara na noite anterior. Prendeu os longos cabelos negros em um coque bem firme no alto da cabeça e calçou o sapato de dança.

Quando alcançou os corredores, alguns violinistas tocavam uma peça melancólica, provavelmente ensaiando para os seus próprios testes, e uns pintores retardatários deixavam suas salas com pinceis e tintas a tiracolo.

Subiu as escadarias de mármore o mais discretamente que pode até o andar das salas de dança e encontrou a sua sala em meio à penumbra do andar. Adentrou a sala guiada apenas pela luz da lua que se infiltrava através das grandes vitrais da janela.

Seu coração deu um salto ao ouvir uma voz forte e retumbante chamar por ela de dentro das sombras.

- Sr Darcy!

Exclamou Lizzy levando uma das mãos ao peito enquanto respirava fundo para se acalmar. (N/A: ela ta assim e ainda nem viu ele... rsrsrsr).

Darcy saiu das sombras onde permanecia e revelou-se com um sorriso que em seu semblante possuía efeito devastador. (N/A: agora ela pode perder o fôlego rsrsrsr).

Os olhos, que já eram de um azul intenso, sob a luz pálida da Lua pareciam adquirir um brilho novo, que lhe dava um ar tão digno que Lizzy desviou os olhos momentaneamente, mas sem conseguir romper o contato por muito mais tempo.

O cabelo que possuía um tom castanho tão brilhoso estava completamente arrumado, sem sequer um fio de cabelo em desalinho, o que fez Lizzy morder os lábios inconscientemente, a fim de reprimir um impulso descomunal de avançar até Darcy e enterrar suas mãos naqueles cabelos e bagunçá-los ela mesma.

Darcy usavam uma blusa e uma calça social como Lizzy recomendara na ultima noite, o que acentuava ainda mais o porte elegante que lhe era cabido por natureza.

- Por que não acendeu as luzes?

Ela perguntou tentando se controlar e desviar a atenção da figura tentadora que era Darcy ali parado iluminado apenas pela luz da Lua. Apoiou a bolsa em um banco e colocou o cd com a música no aparelho de som.

- Porque sei que você gosta de dançar a luz da lua. E devo admitir que ficas tão bela iluminada pela luz do luar que achei um crime privá-la de tal hábito.

Ele respondeu sorrindo e desejando intimamente poder ser ao menos por uns instantes a luz da Lua e tocar a pele alva de Lizzy. Lizzy agradeceu intimamente pela penumbra, pois havia corado com o comentário de Darcy, e juraria estar mais corada que um tomate.

- Fico lisonjeada pela sua consideração.

Ela respondeu tentando afastar alguns pensamentos de sua cabeça e foi o que conseguiu responder sem que parecesse extremamente tola. Lizzy ligou a musica forçando sua mente a se voltar para o trabalho e fizeram um pequeno alongamento a fim de evitar uma distenção muscular.

- Agora vamos a nossa pequena coreografia.

Lizzy anunciou enquanto mudava a música e se preparava psicologicamente para estar tão perto de Darcy. Darcy dobrou a manga de sua camisa e fechou os olhos tentando recordar a coreografia que secretamente treinara durante o dia.

As primeiras notas soaram ao mesmo tempo em que as mãos de Darcy deslizavam suavemente pelas costas de Lizzy até encontrar a posição em que deveriam estar. Um arrepio tomou conta de Lizzy quando ela sentiu aquelas mãos fortes de encontro a sua pele. Ele perdera um pouco da vergonha em relação ao toque, que agora estava mais firme e seguro.(N/A: que chato...)

Mas a proximidade ainda era um pequeno problema. Ele ainda se mantinha muito afastado para um tango. Para uma valsa, estaria perfeito.

Lizzy, assumindo um tom profissional enquanto acalmava seus hormônios, pediu para que Darcy se aproximasse mais. Levemente embaraçado Darcy acomodou-se mais junto a Lizzy. Ela fez a contagem e começaram com os movimentos.

Depois de passada duas vezes a coreografia, Lizzy deu-se por satisfeita e começou a ensinar os primeiros passos da coreografia que apresentariam.

- Nesse giro, preciso que você deslize a mão esquerda pela minha coxa para me dar apoio para a jogada de corpo que eu tenho que fazer.

Lizzy explicou enquanto fazia o movimento sendo amparada por Darcy, que deslizou a mão o mais respeitosamente que pode em direção a coxa de Lizzy. Ao alcançar o local onde deveria manter a mão, pode sentir um pequeno choque ao sentir que sua mão tocava diretamente na pele nua da coxa de Lizzy, graças a uma fenda lateral do vestido. (N/A: Que perigo...}.

Começou com um pequeno formigamento, mas quanto mais tempo Darcy permanecia com a mão pousada naquele local perigoso, mais a sensação de que sua perna ardia e implorava para que continuassem com o passeio se apossava dela.

Lizzy esteve a um milímetro de jogar o juízo ao vento e beijar Darcy, mas a razão falou mais alto e tratou de finalizar o giro.

Vendo que agora já avançavam pela noite, Lizzy deu o ensaio por encerrado e constatou, feliz, que pelo menos um de seus desejos pode ser realizado essa noite: o cabelo de Darcy, outrora tão alinhado, estava completamente bagunçado e apontava rebelde para as mais diversas direções.

Lizzy realmente não sabia o que estava acontecendo com ela. Aquela vontade descomunal de simplesmente beijar Darcy, e deixar que ele a tocasse não era normal. Já dançara tantas vezes com os mais diversos tipos de homens, que ela tinha que admitir, eram lindos. Mas por que essa sensação só a assaltava quando dançava com Darcy?

domingo, novembro 14, 2010

Capítulo XV

Capítulo XV
No dia seguinte Lizzy seguiu com Jane para academia enquanto narrava o ensaio para a irmã.

- E você acha que ele possa aprender a coreografia em tão pouco tempo?

Jane perguntou enquanto olhava pelo retrovisor o carro que vinha muito próximo a elas.

- Acho sim... ele pode parecer meio travado... mas aprende rápido.

Lizzy falou animada e transparecendo toda a sua animação com a nova coreografia que imaginava para eles.

- E seu projeto... como anda?

Perguntou enquanto procurava na bolsa os cds para os ensaios de logo mais à noite. Novamente dera-se o luxo de não treinar pela manhã.

- Está pronto Lizzy. E ele está tão bonito. Charles me deu umas idéias muito boas.

Lizzy parou de procurar o cd e encarou a irmã que ficara ligeiramente corada com a menção de Charles.

- Charles? O mesmo Charles que monopolizou sua companhia no baile?

Lizzy perguntou arqueando uma das sobrancelhas. Jane pareceu corar mais ainda e mexeu-se um pouco desconfortável no banco.

- É... ele entrou na nossa turma de pinturas. Eu não te falei?

Ela respondeu tentando parecer natural. Lizzy anuviou a expressão e começou a rir da timidez da irmã.

- Por que você não me contou?

Lizzy perguntou com uma pontada de magoa.

- Eu realmente me esqueci Lizzy... E pouco nos vemos esse dia.

Jane respondeu sincera. Lizzy, percebendo como a irmã estava um pouco desconfortável com a situação, mudou de assunto e continuaram conversando amenidades até chegarem ao estacionamento da academia.

**********************************

- Quero que vocês formem duplas!

A voz de Antony soou alta pela sala de aula. As alunas logo formaram seus pares, prontas para começas e nova atividade. Lizzy, é claro, formou par com Isabel. Caroline, que não parava de lançar constantes olhares de reprovação para as outras alunas, formou par com uma menina chamada Louise, que chegava a ser tão esnobe quanto ela.

- O exercício é o seguinte: vocês deverão escolher uma pessoa para guiar os movimentos e a outra terá que imitar.

Ele falou fazendo quase uma pausa teatral, esperando ver a reação da turma, que continuou o encarando em silencio.

- Vocês deverão fazer os movimentos no ritmo da musica que eu selecionar e o outro deverá copiá-los. Podem começar!

Ele falou enquanto ligava o som e uma musica alta e clara começou a soar na sala.

http://www.youtube.com/watch?v=Ae68NB-mOe4
(Enya- Caribean Blue)

A música era calma, e dava a sensação de ser transferida para um lugar calmo, onde o tempo parece não passar e o Sol acaricia a pele com seus raios.

Isabel começou fazendo movimentos leves, tocando a pele como se sentisse uma brisa fresca passar por ela. Fechou os olhos e simplesmente deixou seu corpo dançar ao som da música.

Lizzy a acompanhava sorrindo. Os movimentos eram tão leves, e expressavam tudo o que Isabel parecia sentir ao ouvi-la.

Quando a música acabou, Isabel abriu os olhos parecendo extasiada. Antony estava parado ao lado delas, com os lábios crispados e as mãos fechadas. Lizzy riu e dirigiu-se ao banco para beber um pouco da água que trazia em sua garrafinha.

A aula seguiu tranqüila sem muitos ocorridos dignos de relato. Lizzy fez seus movimentos ao som deu uma música mais agitada e Isabel a acompanhou muito bem.

******************************************

Jane despediu-se da irmã quando alcançaram os armários e seguiu carregando sua pequena maleta de tintas para a aula de pinturas em cerâmica. Chegou na sala e a pequena e simpática professora Lia já se encontrava sentada em sua mesa, separando alguns desenhos que provavelmente usariam na aula.

- Boa dia! – Jane cumprimentou sorrindo.

- Boa dia senhorita Bennet!

Ela respondeu lançando um olhar bondoso a jovem e voltando a se concentrar nos desenhos. Jane se acomodou na sua bancada que ficava bem próxima a mesa da professora e começou a arrumar suas tintas em um disposição de tons sobre a mesa.

Poucos minutos depois os alunos começaram a chegar enquanto conversavam animadamente. Jane cumprimentou a todos com um sorriso, que foi alargado quando viu Charles Bingley adentrar a sala e sentar-se na mesma bancada que ela, justamente ao seu lado.

Antes que pudessem trocar mais que monossílabos, a professora levantou-se de sua confortável cadeira e começou a explicar como seria o trabalho.

A turma se levantou e dirigiu-se para o pequeno armário ao fundo da sala, onde havia uns vasinhos feitos de cerâmica. Jane escolheu o seu, um pequeno e quadrado, e voltou para a mesa, acompanhada de Charles.

- Jane? – Jane se virou e encarou Charles sorrindo. – Quer almoçar comigo?

- Eu adoraria. – ela respondeu corando e voltando-se para o seu vaso.

**************************************

- Você viu aquela flor que a professora pintou no próprio vaso?

Jane perguntou animada enquanto saia juntamente com Charles para o pátio da academia. Iriam andando até um pequeno restaurante no final da rua.

- Claro que vi! Estava perfeita! Mas a sua ainda era mais bonita!

Ele respondeu fazendo Jane corar.

- Você que é muito gentil!

Ela respondeu desviando o olhar e sorrindo timidamente para Charles.

- E mais um capítulo de Jane e sua modéstia começou!

Ele respondeu divertido e Jane começou a rir.

- Até tu Brutus? – ela falou ainda rindo. – Minha irmã fala a mesma coisa. – completou sorrindo.

- O que significa que eu estou certo! – ela falou dando o assunto como encerrado.

Andaram admirando a pequena paisagem do parque próximo a rua e chegaram ao restaurante. Acomodaram-se em uma mesa aos fundos do restaurante e pediram um suco de laranja para acompanhar a salada com um molho da casa que pediram como refeição.

- Eu não esperava me divertir tanto por aqui!

Charles falou sorrindo. Jane se arrumou na cadeira e sorriu, quase não contendo a sua curiosidade.

- O que o trouxe para cá? – ela perguntou em voz baixa.

- Meu amigo! – ele respondeu sorrindo – Darcy e eu somos os donos da academia... e ele quis muito vir conhecer a academia... até então estudávamos na filial dos Estados Unidos.

- E vocês vão ficar por um tempo? – Jane perguntou corando ainda mais.

- Eu espero que sim. Aqui é muito agradável... e posso desfrutar da sua academia!

Jane foi salva de corar furiosamente quando o garçom chegou trazendo o almoço dos dois. Depois disso o assunto se desviou e ficaram conversando apenas amenidades, e Charles fez Jane prometer que o levaria aos pontos turísticos de Londres.

terça-feira, novembro 02, 2010

Capítulo XIV- No Caminho da Dança

Lizzy subiu para o seu apartamento com um sorriso bobo brincando em seus lábios. Adentrou a sala ainda sorrindo e encostou a porta. A sala estava na maior penumbra e Lizzy assustou-se ao ver a luz do abajur acender e Jane encará-la séria.




- Onde você estava até uma hora dessas?



Perguntou bancando a senhor Bennet. Lizzy sorriu com o carinho da irmã e sentou-se ao seu lado, abraçando-a.



- Desculpe-me Jane. Mas eu estava desesperada.



Sussurrou para a irmã que a abraçou e passou-lhe um pequeno sermão de irmã mais velha e preparou um jantar rápido para a irmã.



- Soube que Oliver não poderá dançar...



Jane falou em tom solidário. Lizzy sorriu.



- Não... ele não vai...



- Então por que você está com esse sorriso bobo na cara?



Jane perguntou desconfiada. Lizzy começou a narrar tudo que havia acontecido em seu encontro com Darcy e Jane cada vez mais ficava admirada.



- Eu não acredito que ele vá dançar com você!



Jane falou ainda boquiaberta.



- Para falar a verdade nem eu mesma acredito. Eu sugeri isso como uma brincadeira... mas parece que ele levou a sério!



- E como será que o povo da escola irá reagir a isso?



Jane perguntou, tocando em um assunto em que Lizzy ainda não havia pensado. Se ela ganhasse um papel na peça, dançando com Darcy, poderiam achar que não foi devido ao seu próprio sucesso... e sim a influencia que ela possuía lá dentro.







- Eu não havia pensado nisso Jane.



Lizzy responde começando a se preocupar com o assunto. Teriam que tomar cuidado.



- Bem, acho que você está cansada e tem que dormir.



Jane falou em tom autoritário. Lizzy caminhou para o quarto obediente e tomou um banho antes de deitar na cama e adormecer, pensando em um belo par de olhos azuis e seu dono.



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Lizzy permitiu-se não ensaiar na manhã seguinte, e seguiu bem disposta para a escola, encontrando Isabel no meio do caminho.



- E ai amiga? Como você está?



Bel perguntou em tom solidário, enquanto procurava no rosto de sua amiga sinais de tristeza como lágrimas secas e olheiras. Lizzy narrou-lhe todo o acontecido enquanto via um sorriso se estampar nos lábios da amiga.



-Eu não acredito! Você tem um dia de cão, fica desesperada e acaba sendo consolada por esse Deus maravilhoso e ainda o ganha como par para o teste! Por que eu não tenho uma sorte destas?



Ela fala fazendo drama e fazendo Lizzy rir. Chegaram à sala e tiveram a aula normalmente, com os passos desengonçados de Caroline, os comentários de Lyra e muitas risadas para alguém que em menos de vinte e quatro horas estava a beira de um ataque.



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Ao final da aula, Lizzy se despediu de Isabel e seguiu para o vestiário para trocar de roupa.



Prendeu o cabelo em um coque e pos o vestido que usava para ensaiar. Calçou seus sapatos de dança e seguiu para a sala. Passou um pouco de breu no solado e no chão.



Colocou a música no som e começou a bolar uma nova coreografia para sua dança.



Poucos minutos depois, Lizzy vê a porta se abrindo e abre um sorriso ao ver Darcy entrando pela porta.



Ele estava realmente bonito. A blusa social branca que usava estava com os dois primeiros botões abertos, revelando uma parte do peitoral másculo de Darcy. A manga estava dobrada até a altura do cotovelo.







Ele usava uma calça social básica. Seu cabelo estava um pouco bagunçado e seus olhos brilhavam tão intensamente que pareciam duas pérolas reluzentes.



Sorria, um sorriso tão estonteante que as pernas de Lizzy fraquejaram.



- Você realmente veio!



Lizzy falou pensando que aquele homem deveria ser uma miragem. ( N/A: diga-se de passagem, uma bela miragem).



- É claro! Pensou que eu a deixaria esperando?



A voz dele soou grave e retumbante. Lizzy sorriu e se aproximou.



- Não duvidei. –



Ela respondeu sorrindo. Darcy deu uma olhada pela sala vazia, que como sempre estava com todas as luzes apagadas sendo iluminada simplismente pela luz da lua que invadia a sala pelo grande vitral.



- Você sempre dança no escuro? – ele perguntou



-Na maioria das vezes sim... eu fico mais inspirada.Agora, vamos começar?



- Claro. Eu mal posso esperar pelas minhas aulas.



Lizzy riu e desligou a música que ainda tocava.



- O que você sabe sobre o tango*?



Ela perguntou enquanto encarava Darcy, agora assumindo um ar mais profissional.



- Que se dança a dois e que é muito lindo na Argentina.



Ele respondeu sendo sincero. Lizzy deu uma risada.



- Deixe-me falar um pouco sobre o tango. O tango é uma dança sensual, que exige movimentos firmes. Os bailarinos devem estar sempre próximos, e os movimentos exigem sensualidade. È uma dança da carne, do desejo. É um diálogo novo, a sedução feita em movimentos, o ir e vir, o encontro de dois mundos. Pode parecer uma dança fácil... mas não é. Ela exige confiança no parceiro, por causa das piruetas e jogo de copo realizado. E eu confio em você!



Ela explicou para Darcy, que estava completamente concentrado. Lizzy se aproximou dele e ajeitou seus braços em sua cintura.



- Não tenha medo de me tocar. O tango exige o toque. Suas mãos terão que correr pelo meu corpo seja para realizar um movimento, seja para me segurar. Então não tenha medo.







Darcy a obedeceu e ajeitou delicadamente suas mãos nas costas de Lizzy, que estavam nuas devido ao decote longo do vestido.



- Melhor assim?



Ele perguntou sorrindo. Lizzy fez um meneio de cabeça.



- Vou fazer pequenos movimentos. Tente me acompanhar. Não se importe de... desculpe mas não acho outro meio de dizer, não tenha medo de roçar a sua perna na minha.



Vendo que Darcy não parecia muito confortável, Lizzy tentou amenizar a situação.



- Não se preocupe, não irei denunciá-lo por abuso. E se fosse o caso, eu seria mais culpada que você!



Ela tentou amenizar enquanto falava sorrindo. Darcy deu uma gargalhada e sentiu-se mais confortável. Lizzy começou a dar pequenos passos, que eram o básico do tango. Depois de alguns minutos ensaiando as passadas, Lizzy ensinou uma pequena coreografia como aprendizado de movimentos.



- Agora quero ver se consegue fazer a coreografia com a minha parte também.



Lizzy falou se aproximando de Darcy e arrumando suas mãos nas costas de Darcy, movimento que ele imitou.



- Não fale, apenas sinta a música e deixe que ela guie seus movimentos. Não pense, aja com o coração.



Lizzy falou antes da musica começar.



http://www.youtube.com/watch?v=bibtqDxXv1o

(esse é mais ou menos o ensaio que tiveram)





Ao final do ensaio, ambos estavam cansados, mas contentes com o avanço que tiveram. O cabelo de Lizzy, antes perfeitamente preso em um coque no alto de sua cabeça, estava bagunçado por causa das inúmeras marcações com cabeça e piruetas. Pequenas gotas de suor nasciam em suas temporas.



O estado de Darcy não era tão diferente. A camisa agora estava com três botões abertos e o cabelo estava ligeiramente bagunçado por causa das mãos de Lizzy que passearam por essa área.







Lizzy andou até o banco onde suas coisas estavam apoiadas e pegou sua garrafa de água, dando um generoso gole. Consultou a hora em seu celular que antes estava desligado.



- Acho melhor encerrarmos por hoje. Já está tarde... se eu demorar é capaz de Jane chamar a polícia britânica toda!



Os dois riram e seguiram conversando sobre amenidades até a entrada da academia.



- Se quizer uma carona...



Darcy ofereceu já com as chaves de seu carro em mãos e apontando para o carro estacionado a poucos metros.



- É muito gentil, mas hoje estou com meu carro.



Lizzy respondeu sorrindo. Darcy pareceu desapontado mais sorriu.



- E quando ensaiaremos de novo?



Ele perguntou.



- amanha...no mesmo horário. Pode ser?



Lizzy perguntou enquanto remexia na bolsa a procura de suas chaves do carro.



- Claro.



Darcy respondeu enquanto caminhavam até o loca onde os carros estavam estacionados. Despediram-se cordialmente e foram para seus respectivos carros. Quando Will estava pronto para dar a partida em seu carro, ouviu Elizabeth chamando-o em seu próprio carro.



- Darcy...será que poderíamos manter nossa dupla em segredo? Eu não gostaria que as pessoas ficassem falando sabe... sobre você ser o dono...







Lizzy pediu completamente envergonhada. Darcy sorriu compreensivo e afirmou que manteria os ensaios em completo sigilo até o dia dos testes. Lizzy sorriu agradecida e seguiram para suas respectivas casas.



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Lizzy chegou em casa e encontrou a sala vazia. Todos já deveriam estar dormindo. Foi para cozinhar beber um copo de leite e foi até o quarto. Tomou um banho relaxante e deitou na cama, divagando sobre sua noite.



Dançar com Darcy fora maravilhoso, e ele era um aluno atento e esforçado. Ouviu todos os seus conselhos com boa vontade sem achar que era superior, mesmo sendo o dono da academia.



Lizzy deu uma pequena risada ao lembrar de como ele se sentia tímido em segurá-la próxima a ele e como ele evitava segurá-la com muita força.



“ Ele vai se acostumar com o tempo!”



Lizzy falou divertida lembrando-se da primeira vez que dançara tango com alguém. Não fora fácil segurar seus parceiro tão intimamente.



E foi pensando nisso que se lembrou do toque dele em suas costas nuas. Seu toque era incrível, e o choque de pele com pele era maravilhoso. A mãos deles eram tão suaves, e firmes, passavam-na uma sensação de segurança maravilhosa.



Agora se lembrando de como ficavam perto, pode sentir seu perfume, mesmo estando longe dele. Era um aroma único. E lembrou-se de seus sorriso e brilho dos seus intensos olhos azuis. De seu modo seguro de agir e pelo carinho que ele demonstrava ter por ela.



“ Senhorita Bennet, você está correndo sério perigo!”



Lizzy pensou antes de se acomodar na cama e cair em um sono relaxante.





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