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segunda-feira, novembro 15, 2010

Capítulo XVI

Capítulo XVI
Depois das primeiras aulas da parte da manhã, Lizzy vestiu um short por cima do collant e foi até um barzinho comer alguma coisa. Não encontrara Isabel, e imaginou que ela deveria estar aproveitando o tempo livre par namorar um pouco, por isso se assustou ao sentir uma mão suave pousar em seus ombros e o rosto de Isabel a estar fitando com um sorriso.

- Que cara sonhadora é essa senhorita Bennet?

Bel perguntou enquanto puxava uma cadeira e se sentava com Lizzy.

- Eu estava imaginando por onde você andaria sua namoradeira! E imaginei que era com Thomas... e por esse sorriso “eu tenho trinta e dois dentes bem branquinhos igual a propaganda de pasta de dentes” vejo que eu estava certa.

Isabel riu e pediu ao garçom um copo d’água. Ficaram no bar conversando por mais alguns minutos e comeram alguma coisa.

Lizzy voltou do intervalo entre as aulas acompanhada por Isabel. Fizeram as outras aulas em meio a momentos de descontração e completa atenção. Isabel teria que sair mais cedo do que o normal para ensaiar com Thomas, já que os testes estavam a caminho e os nervos aflorando na pele. Nunca imaginaram que os testes fossem criar tantas expectativas entre os alunos.

Ao final do dia, quando o vestiário já se encontrava deserto, Lizzy trocou maus uma vez a roupa, vestindo o vestido preto que usara na noite anterior. Prendeu os longos cabelos negros em um coque bem firme no alto da cabeça e calçou o sapato de dança.

Quando alcançou os corredores, alguns violinistas tocavam uma peça melancólica, provavelmente ensaiando para os seus próprios testes, e uns pintores retardatários deixavam suas salas com pinceis e tintas a tiracolo.

Subiu as escadarias de mármore o mais discretamente que pode até o andar das salas de dança e encontrou a sua sala em meio à penumbra do andar. Adentrou a sala guiada apenas pela luz da lua que se infiltrava através das grandes vitrais da janela.

Seu coração deu um salto ao ouvir uma voz forte e retumbante chamar por ela de dentro das sombras.

- Sr Darcy!

Exclamou Lizzy levando uma das mãos ao peito enquanto respirava fundo para se acalmar. (N/A: ela ta assim e ainda nem viu ele... rsrsrsr).

Darcy saiu das sombras onde permanecia e revelou-se com um sorriso que em seu semblante possuía efeito devastador. (N/A: agora ela pode perder o fôlego rsrsrsr).

Os olhos, que já eram de um azul intenso, sob a luz pálida da Lua pareciam adquirir um brilho novo, que lhe dava um ar tão digno que Lizzy desviou os olhos momentaneamente, mas sem conseguir romper o contato por muito mais tempo.

O cabelo que possuía um tom castanho tão brilhoso estava completamente arrumado, sem sequer um fio de cabelo em desalinho, o que fez Lizzy morder os lábios inconscientemente, a fim de reprimir um impulso descomunal de avançar até Darcy e enterrar suas mãos naqueles cabelos e bagunçá-los ela mesma.

Darcy usavam uma blusa e uma calça social como Lizzy recomendara na ultima noite, o que acentuava ainda mais o porte elegante que lhe era cabido por natureza.

- Por que não acendeu as luzes?

Ela perguntou tentando se controlar e desviar a atenção da figura tentadora que era Darcy ali parado iluminado apenas pela luz da Lua. Apoiou a bolsa em um banco e colocou o cd com a música no aparelho de som.

- Porque sei que você gosta de dançar a luz da lua. E devo admitir que ficas tão bela iluminada pela luz do luar que achei um crime privá-la de tal hábito.

Ele respondeu sorrindo e desejando intimamente poder ser ao menos por uns instantes a luz da Lua e tocar a pele alva de Lizzy. Lizzy agradeceu intimamente pela penumbra, pois havia corado com o comentário de Darcy, e juraria estar mais corada que um tomate.

- Fico lisonjeada pela sua consideração.

Ela respondeu tentando afastar alguns pensamentos de sua cabeça e foi o que conseguiu responder sem que parecesse extremamente tola. Lizzy ligou a musica forçando sua mente a se voltar para o trabalho e fizeram um pequeno alongamento a fim de evitar uma distenção muscular.

- Agora vamos a nossa pequena coreografia.

Lizzy anunciou enquanto mudava a música e se preparava psicologicamente para estar tão perto de Darcy. Darcy dobrou a manga de sua camisa e fechou os olhos tentando recordar a coreografia que secretamente treinara durante o dia.

As primeiras notas soaram ao mesmo tempo em que as mãos de Darcy deslizavam suavemente pelas costas de Lizzy até encontrar a posição em que deveriam estar. Um arrepio tomou conta de Lizzy quando ela sentiu aquelas mãos fortes de encontro a sua pele. Ele perdera um pouco da vergonha em relação ao toque, que agora estava mais firme e seguro.(N/A: que chato...)

Mas a proximidade ainda era um pequeno problema. Ele ainda se mantinha muito afastado para um tango. Para uma valsa, estaria perfeito.

Lizzy, assumindo um tom profissional enquanto acalmava seus hormônios, pediu para que Darcy se aproximasse mais. Levemente embaraçado Darcy acomodou-se mais junto a Lizzy. Ela fez a contagem e começaram com os movimentos.

Depois de passada duas vezes a coreografia, Lizzy deu-se por satisfeita e começou a ensinar os primeiros passos da coreografia que apresentariam.

- Nesse giro, preciso que você deslize a mão esquerda pela minha coxa para me dar apoio para a jogada de corpo que eu tenho que fazer.

Lizzy explicou enquanto fazia o movimento sendo amparada por Darcy, que deslizou a mão o mais respeitosamente que pode em direção a coxa de Lizzy. Ao alcançar o local onde deveria manter a mão, pode sentir um pequeno choque ao sentir que sua mão tocava diretamente na pele nua da coxa de Lizzy, graças a uma fenda lateral do vestido. (N/A: Que perigo...}.

Começou com um pequeno formigamento, mas quanto mais tempo Darcy permanecia com a mão pousada naquele local perigoso, mais a sensação de que sua perna ardia e implorava para que continuassem com o passeio se apossava dela.

Lizzy esteve a um milímetro de jogar o juízo ao vento e beijar Darcy, mas a razão falou mais alto e tratou de finalizar o giro.

Vendo que agora já avançavam pela noite, Lizzy deu o ensaio por encerrado e constatou, feliz, que pelo menos um de seus desejos pode ser realizado essa noite: o cabelo de Darcy, outrora tão alinhado, estava completamente bagunçado e apontava rebelde para as mais diversas direções.

Lizzy realmente não sabia o que estava acontecendo com ela. Aquela vontade descomunal de simplesmente beijar Darcy, e deixar que ele a tocasse não era normal. Já dançara tantas vezes com os mais diversos tipos de homens, que ela tinha que admitir, eram lindos. Mas por que essa sensação só a assaltava quando dançava com Darcy?

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